7 dicas para ter um restaurante inclusivo de verdade

Ter um restaurante inclusivo significa ter um espaço adaptado a todos os públicos. Neste artigo, veja como oferecer mais acessibilidade e conquistar clientes com uma experiência completa e inesquecível.

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Restaurante inclusivo

Um restaurante inclusivo é acessível a todos os públicos e atende com excelência desde pessoas com deficiência e mobilidade reduzida até idosos e famílias com bebês e crianças, por exemplo. Além de oferecer uma infraestrutura adequada, esse estabelecimento deve se adaptar às necessidades do público.

São exemplos de adaptações os cardápios feitos em braille também (ou falados) e o treinamento de funcionários.

Se você administra um food service, saiba que, cada vez mais, seu espaço precisará desses e de outros ajustes, inclusive porque:

  • mais da metade da população terá mais de 50 anos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e
  • cerca de 46 milhões de pessoas no país têm alguma deficiência física ou intelectual, também de acordo com o órgão.

O que justifica a existência de estruturas e serviços capazes de atendê-los.

Outra inclusão que vem ganhando destaque no meio gastronômico é a da alimentação – porque muita gente apresenta algum tipo de restrição na dieta, causada por alergias, intolerâncias ou por causa da adesão a regimes alimentares veganos ou vegetarianos.

Então, opções livres de alguns ingredientes tornam um restaurante mais acessível e, claro, com mais chances de um bom ticket médio no final de cada venda.

Quer saber como fazer mudanças que vão deixar seu empreendimento verdadeiramente inclusivo? Continue a leitura e descubra dicas valiosas!

O que é acessibilidade?

A acessibilidade pode ser definida como a eliminação e transposição de barreiras que impedem a participação efetiva de várias pessoas nos mais diversos setores da vida social. E ela importa também para food services!

A Universidade Federal do Ceará (UFC) é referência em promoção de inclusão e explica o conceito da maneira como você lê abaixo.

“É, portanto, condição fundamental e imprescindível a todo e qualquer processo de inclusão social, e se apresenta em múltiplas dimensões, incluindo aquelas de natureza atitudinal, física, tecnológica, informacional, comunicacional, linguística e pedagógica, dentre outras.”

Além de conhecer a definição do termo, você também precisa pesquisar e estudar a Lei da Acessibilidade, homologada em 2000, que estabelece normas para espaços públicos e privados de uso coletivo.

E mais: precisa estar por dentro do Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, complementar à legislação de 15 anos antes.

Bares, restaurantes, padarias e outros negócios do ramo de alimentos e bebidas são regidos por essas legislações, que acabam, inclusive, configurando um modelo básico de um estabelecimento inclusivo.

O que é um restaurante inclusivo?

Um restaurante inclusivo é aquele capaz de eliminar obstáculos em seu espaço, serviço, atendimento e também nos produtos que vende, para ser acessível às pessoas.

Essa inclusão e acessibilidade inclui:

  • atenção a quem tem algum tipo de deficiência física, auditiva, visual, intelectual ou psicossocial;
  • adaptações para idosos e famílias com bebês; e
  • adaptações alimentares propriamente ditas.

Então, seu negócio deve ser inclusivo por exigência da lei, mas também para conquistar os clientes no restaurante, o que tem impacto direto na marca e nas vendas.

Ter um cardápio diversificado e com alternativas que eliminam alguns ingredientes mais comuns e que talvez não possam ser consumidos por todo mundo é um exemplo de adaptação que não está na lei, mas pode agregar muito valor.

Antes de conhecer mais a fundo definições importantes para adequar seu estabelecimento e o serviço prestado, entenda o significado de “alimentação inclusiva”.

O que é alimentação inclusiva?

A alimentação inclusiva é um assunto que tem ganhado cada vez mais importância no ramo da gastronomia, já que as pessoas com restrições alimentares buscam restaurantes que oferecem opções sem os insumos que lhes causam desconforto, alergia ou algum tipo de intolerância.

Para oferecer um cardápio que demonstre preocupação com todos os públicos, considere pratos e bebidas específicos a quem:

  • tem algum tipo de alergia ou intolerância a lactose e/ou glúten;
  • enfrenta complicações como a diabetes;
  • é alérgico a amendoim ou semelhantes;
  • opta por uma alimentação vegana ou vegetariana.

E agora sim!

Se quem investe em inclusão em todas as frentes consegue uma imagem mais positiva no mercado quando comparado à concorrência, além de demonstrar interesse em receber todo mundo, oferecendo a mesma experiência, veja abaixo como transformar o seu espaço propriamente dito.

Como oferecer acessibilidade em restaurantes? 4 passos importantíssimos!

Para se adequar à lei e conseguir um ambiente realmente inclusivo, você deve se atentar a quatro aspectos que têm influência direta na acessibilidade: barreiras, sinalização, treinamento e segurança.

Se todos esses pontos estiverem de acordo com as necessidades de pessoas com deficiência ou de pessoas idosas, por exemplo, pode ter certeza que seu restaurante vai proporcionar uma experiência igualitária a todos os clientes.

1.  Modernize a infraestrutura para eliminar obstáculos

A infraestrutura do seu espaço será muito importante quando uma pessoa precisar decidir se vai frequentá-lo ou não. Imagine alguém que depende de cadeira de rodas não encontrar uma rampa e precisar de ajuda para acessar o estabelecimento através de escadas?

Você deve modernizar o espaço pensando em eliminar todas as barreiras possíveis, criando corredores largos, construindo rampas e instalando mesas e cadeiras no restaurante que sejam facilmente utilizadas por pessoas em várias alturas.

2.  Atualize a sinalização do espaço

As sinalizações – de onde é o banheiro, a fila de espera, como acessar o cardápio virtual (se for o caso) etc. – também precisam ser acessíveis, apresentando variações não só visuais, mas sonoras e táteis, para que pessoas surdas e cegas consigam compreendê-las.

Você vai ler outros detalhes sobre como se adequar mais adiante, quando chegar às dicas para tornar o seu estabelecimento inclusivo. Continue a leitura!

3.  Preocupe-se com a segurança de todos

A autonomia de pessoas com deficiência, por exemplo, é muito importante também nos espaços públicos coletivos e cabe a você, gestor(a), possibilitá-la em seu estabelecimento, garantindo a máxima segurança de cada um.

Quer saber se seu restaurante é realmente acessível?

Certifique-se de que pessoas com deficiência e também idosos e famílias com bebês se sintam confortáveis e protegidos no espaço e garanta que eles consigam circular pelo ambiente sem precisar recorrer ao auxílio de ninguém.

De qualquer forma, prepare a sua equipe para prestar qualquer assistência sempre que necessário.

4.  Aplique treinamentos específicos aos colaboradores

Uma equipe bem treinada oferece um bom atendimento a qualquer cliente e uma equipe treinada especificamente para ser inclusiva, além de tudo, sabe lidar com as necessidades de acessibilidade de cada pessoa.

Busque ajuda de especialistas no assunto e converse com outros gestores que já se adequaram para saber qual o melhor caminho a seguir.

Lembre-se de que seus funcionários devem conseguir se comunicar e responder às demandas passando longe de qualquer tipo de discriminação e preconceito e oferecendo um cuidado sempre personalizado.

Qual a importância do atendimento personalizado em um restaurante inclusivo?

Para uma experiência realmente inclusiva, é imprescindível treinar a equipe do seu restaurante e capacitá-la para oferecer um atendimento livre de tabus e preconceitos, além de preocupado com o consumidor e suas necessidades.

Cada pessoa com algum tipo de limitação tem suas particularidades e, não à toa, procuram por estabelecimentos que consigam atendê-las da melhor forma.

Quer se diferenciar da concorrência nesse sentido?

Para além das mudanças estruturais, seus funcionários devem saber conversar com os clientes sem receios e de forma natural, com empatia e atentos às particularidades, sem usar palavras ou expressões discriminatórias.

Anote as principais recomendações transmitidas pelo Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência, do governo federal.

  • Não fingir que a deficiência ou dificuldade não está lá.
  • Não subestimar as capacidades das pessoas.
  • Perguntar ao cliente sempre que tiver dúvidas sobre como proceder no atendimento.
  • Não se sentir ofendido(a) caso sua ajuda seja recusada, pois aquela ação pode ser melhor executada pela pessoa sozinha.
  • Não tenha medo de agir com naturalidade.

Calendário Mensal com Idéias de Postagens

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Enviamos para o seu e-mail a planilha com Calendário Mensal com idéias de postagens.

Anotou tudo? Transfira essas informações aos colaboradores durante os treinamentos e fique à disposição caso eles queiram esclarecer mais questões. Em paralelo, é hora de colocar a inclusão em prática!

7 dicas para um restaurante ser inclusivo

Ter um restaurante inclusivo envolve desde ajustes na infraestrutura até a inserção de produtos mais acessíveis no menu.

Você leu sobre isso anteriormente já neste artigo, mas, para ajudá-lo(a), aqui estão sete dicas que serão super úteis na hora de implementar as mudanças por aí.

1.  Faça um checklist do que precisa adaptar no ambiente

Tudo na infraestrutura do food service terá impacto na experiência gastronômica de um cliente que precisar de acessibilidade: tipo de piso, rampas (e para onde elas levam), estacionamento, tamanho dos banheiros etc. Faça um checklist e não esqueça!

Considere, entre outras coisas:

  • mesas e cadeiras para diversas alturas;
  • balcão com espaço para aproximação de cadeira de rodas;
  • instalação de barras de apoio e piso tátil;
  • rampas de acesso em qualquer lugar que teria degraus;
  • pelo menos um banheiro exclusivo e adaptado para uso por pessoas em cadeiras de rodas;
  • liberação para entrada de cão-guia; e
  • entrada ampla e com fácil acesso.

Além do mobiliário e estrutura do local, preocupe-se também com a iluminação, que tem papel igualmente crucial na acessibilidade do restaurante.

2.  Adeque a iluminação

A pouca iluminação, apesar de ser uma tendência de decoração e estar em alta devido à sensação de conforto e aconchego, pode causar acidentes e atrapalhar a movimentação de pessoas com baixa visão.

Regule a intensidade das suas luzes para montar a iluminação ideal para bares e restaurantes, equilibrando estilo e acessibilidade, de forma que seus clientes consigam se deslocar pelo espaço sem dificuldades.

3.  Ofereça vagas de estacionamento próximas à entrada

De acordo com a lei, 2% do total de vagas de estacionamento de espaços comerciais precisam ser direcionados a pessoas com deficiência. Anotou?

O acesso ao seu restaurante pode ser facilitado se as vagas de estacionamento mais próximas à entrada forem reservadas para pessoas com deficiência, idosos e clientes com bebês.

Parar o carro mais perto diminui a distância de deslocamento até o espaço e encurta o tempo de locomoção, aumentando o tempo que todos terão para desfrutar do que você oferece e o conforto também!

4.  Evite objetos perigosos na decoração

Você lembra de ter lido sobre a eliminação de obstáculos lá em cima, neste artigo? Então! Objetos de decoração que atraem pela beleza podem ser grandes barreiras de acessibilidade: coloque-se no lugar dos clientes e preste atenção neles.

É o caso de tapetes e capachos que fazem muita gente tropeçar, atrapalham o movimento das rodas de cadeiras e carrinhos e aumentam as chances de quedas e acidentes. Lustres muito baixos e elementos como vasos no meio do caminho também complicam a experiência do cliente.

5.  Preocupe-se em adequar suas sinalizações para todos

Avisos e placas dentro do restaurante e nos arredores (estacionamento, entrada etc.) devem ter cores fortes e legíveis, escrita em alto relevo sempre que possível, versões em braille e fontes em tamanho que facilite a leitura. Também precisam estar instalados em lugares visíveis em qualquer altura.

6.  Planeje parte do menu para quem enfrenta restrições

Não precisa ser em todos os itens do cardápio, mas é interessante pensar em alternativas de como atender clientes com intolerâncias alimentares e na formulação de pratos e bebidas sem glúten, leite, amendoim, crustáceos, açúcar e/ou carne, por exemplo.

Olha só como tornar seu cardápio mais inclusivo de forma simples!

  • Sucos sempre servidos sem açúcar e bebidas disponíveis nas versões zero ou diet
  • Possibilidade de troca do leite de vaca por opções vegetais ou, pelo menos, sem lactose
  • Preparo dos pratos sem glúten e outros insumos que podem causar alergias em espaços separados daqueles preparados com glúten para evitar contaminação cruzada
  • Possibilidade de personalização do pedido, com eliminação ou troca da carne

Tudo apresentado de forma inclusiva, é claro!

7.  Tenha um cardápio inclusivo no layout também

Assim como as descrições e sinalizações, fontes com cores e tamanhos mais fáceis de ler e em alto relevo devem fazer parte do design do menu de um restaurante que deseja ser verdadeiramente inclusivo e acessível.

E, novamente, as escritas em braille podem se tornar um grande diferencial. Fotos bem nítidas e grandes ajudam bastante na experiência do consumidor – e nas vendas! – sem mencionar descrições faladas dos pratos, quando necessário.

Muitas adaptações ajudam, inclusive, idosos e até mesmo pessoas surdas que, muitas vezes, encontram dificuldades na interação com os garçons. E, quando há uma imagem bem nítida dos pratos, os clientes conseguem visualizar e entender melhor suas escolhas.

Outra opção, para eliminar qualquer dificuldade no processo de tornar seu restaurante acessível e inclusivo, é apostar no menu em tablet. Que tal experimentar?

Siga as dicas, continue acompanhando o blog Abrahão e não se esqueça de voltar para contar como foi o processo por aí! Parabéns pela iniciativa.

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Agora você pode ler este e-book sempre que quiser. Agradecemos o interesse.

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